O preço da maturidade

Há alguns dias venho pensando sobre:
  • Quem eu sou; 
  • Sobre aquilo que tenho; 
  • Sobre tudo que almejo ter.
Apesar de ter apenas 20 anos (quase 21), sinto que perdi muito de tudo que sou, das coisas que já tive e das coisas que ainda terei, e mesmo que as pessoas digam que eu sou muito jovem, não sinto que as coisas sejam exatamente assim. Muito do que se foi talvez nunca volte, talvez se transforme. A realidade é que não sabemos se poderemos voltar, mas sabemos que o avanço vai depender exclusivamente de nós mesmo. 
 Na véspera do meu aniversário fazem-se presentes uma explosão de sentimentos que vai da confiança ao medo. E você se pergunta tão nova, mas tão indecisa? Mas como eu não me cobraria tanto? Nada para mim foi fácil, apesar de ter havido certas facilidades, porém foi e ainda é um processo de amadurecimento doloroso, e isso requereu de mim muito equilíbrio para saber conduzir as diversas situações que surgiram mesmo com a pouca idade. Não estou escrevendo para levantar a bandeira do coitadismo e muito menos doses de lágrimas, mas cada lágrima (tenha certeza) me fez ser mais forte e cada experiência me trouxe responsabilidade e aprendizado. 
 Estamos vivendo uma época em que aquilo que não é fácil é diretamente taxado com ruim, e talvez o erro esteja bem aí alojado como essência, intríseco. Deixamos de cresce, reinventar, de arriscar com medo dos tombos, mas principalmente das críticas daqueles que nos cercam.  E não nos damos conta de que tudo que iniciamos dará o início a outras coisas, pessoas e oportunidades como num ciclo interminável. 
 Eu percebi que tenho que ser exatamente aquilo que quero ser e crescer dentro do meu próprio processo evolutório, sabe? Que eu posso ser "bela, recatada e do lar" (pois não existe nada de errado nisso), mas que ao mesmo tempo nada disso me impede de ser " forte, competente e destemida". Enxergo além... que não há incoerência se eu quiser chorar em praça pública, se assim  quiser. Que não há medo em seguir as minhas próprias convicções, opiniões, crença e fé. E descobri que sou o que é belo e o que não é; que sou complexa, paradoxal, constante e muitas vezes inconstante; que sou um misto de todos os meus sentimentos e que posso ser frágil sem deixar de ser forte. 
 Tudo que tenho foi construído com muita renúncia, luta, dedicação e acredito que esse seja o único caminho. A base do futuro é construída aqui nesse presente e mesmo que existam erros, eles serão feitos de degraus para almejar os meus objetivos.  
 Eu sempre disse que ser maduro não pode ser medido pela quantidade de anos, mas por tudo que foi vivido ao longo desses poucos anos. E que tudo passou foi a ponte até aqui e daqui em diante construo a ponte para o meu amanhã.  
 Eu sei que muito do que foi não voltará, mas muito ainda virá que não posso se quer imaginar. 
 Escrever sobre mim sempre foi um desafio e parece que se torna cada vez mais desafiador, estamos evoluindo, transformando e quando paramos para pensar temos que reorganizar a casa dentro e fora. 
 O que pretendo é desafiar os meus medos, desejos e me entender mais, amar-me cada vez amar, amar aos outros muito mais ainda. Quero ser o padrão que sinto que devo ser e não ser outra por medo da opinião de quem não concorda como eu seu. E é aí que está a beleza da unicidade, dessa percepção, dessa contemplação, desse crescimento que me faz ser humana, e ser humana mesmo com aquele coração de carne que pulsa pela vida, pela esperança e pelo amor. 
  Amadurecer nunca será um processo fácil, porém sempre trará resultados satisfatórios. 
 Eu só tenho a agradecer a Deus o privilégio da vida, desse mistério encantador que tristezas e alegrias, de pobreza e abundância que nos faz crescer.

Era mais um desabafo mesmo ....

Boa noite!

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